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Descubra neste post como combater evasão de alunos. Muitas instituições que oferecem ensino superior têm como objetivo a matrícula de um novo aluno. Ao completar o número de vagas, ou ao menos chegar perto disso, pensam que a missão acabou.
A realidade brasileira do setor mostra o contrário. Que a matrícula é apenas o começo para que o aluno não desista do curso ou troque de faculdade.
Muita coisa mudou em relação à cultura universitária nos últimos anos no Brasil. Se antes ter um diploma significava um diferencial na hora da contratação, hoje não passa de mais uma obrigação para constar no currículo.
A concorrência também é enorme. Há no Brasil mais de 2400 instituições que oferecem ensino superior. O cardápio ao aluno que acabou de sair do Ensino Médio é grande.
O impacto da EAD no mercado universitário e como combater evasão de alunos
Ainda em relação à mudança cultural universitária, aconteceu (e continua acontecendo) um fenômeno que abalou muitas universidades – a EAD – Educação à Distância.
As faculdades que não aderiram a este modelo se deram muito mal. Ou tiveram que rever suas políticas de mensalidade ou acabaram falindo.
Mas muita gente ainda prefere o banco da sala de aula, o convívio com os colegas e o contato direto com o professor. Só que o aluno, como destacamos no início, tem uma vasta oferta no mercado e é ele quem manda. A soberania do consumidor que o livre-mercado proporciona.
A grande maioria, até pela realidade econômica brasileira, leva em conta o preço da mensalidade. Mas não é só o preço que faz o aluno escolher uma faculdade. O que ele pode esperar da faculdade também conta. Ele indaga-se qual será o perfil da instituição? Há ensino de verdade ou é só mais uma fábrica de diplomas.
5 estratégias para combater evasão de alunos
1 – Entregar o que promete
Por conta do aumento da concorrência, muitas faculdades acabam apelando nas campanhas de vestibulares, prometendo coisas que não poderão cumprir posteriormente, como intercâmbios com outras universidades fora do país, fáceis maneiras de conseguir bolsas e, claro, a qualidade de ensino.
O jovem de hoje está exigente. Com o acesso à informação cada vez mais cedo, por conta da internet, sabem quando há um conteúdo de qualidade dentro da sala de aula e quando é só o famoso “enchimento de linguiça.
2 – Diálogo com professor e pluralidade no ensino
Não foi só a cultura universitária que mudou. Mas a cultura brasileira. Usando como gancho o final do parágrafo anterior, muitos alunos hoje em dia já chegam com um grau de maturidade e politização na universidade.
Eles encontram uma geração docente do Brasil, principalmente os de ciências humanas, muito influenciada por uma determinada corrente ideológica e acabaram adotando a mesma prática no ensino para os seus alunos.
Esse método de doutrinação ideológica funcionou até pouco tempo. Mas com a conscientização política de muitos alunos já na adolescência juntamente com amplo acesso à informação fizeram com que essa cartilha ideológica pregada por muito professor não funcionasse mais.
Outras correntes ideológicas surgiram. Muitas histórias contadas de fatos históricos de uma maneira enviesada para determinado lado ganharam novas versões.
O questionamento saudável dentro da sala de aula aumentou. E é nesse ponto que tem de cair a ficha da faculdade se ela quiser manter esse aluno. Ao menor sinal de tentativa de doutrinação e manipulação, caem fora e vão procurar um curso onde há pluralidade de ideias. O diálogo equilibrado e verdadeiro do docente conta muito neste quesito.
Podemos fazer a seguinte analogia: instituições que mantém a arrogância institucional por causa da tradição, do nome, do tempo de existência são como aquelas famílias tradicionais com sobrenomes pomposos.
Aquelas que fazem de tudo para mantém a aparência de milionários e influentes na sociedade, mas na verdade está fadada à falência de tantas dívidas.
3 – Programas próprios de financiamento
Nem todo mundo consegue o FIES ou PROUNI. Pelo contrário. A instituição que monta seu próprio programa de financiamento, uma espécie de FIES particular, tem grande chance de não só matricular, mas combater evasão de alunos.
Veja bem: um dos fatores do alto índice de desemprego é a falta de qualificação. O aluno até quer se qualificar, mas está desempregado e não tem como pagar a faculdade. Como resolver essa situação?
Por isso que as instituições que montaram seu próprio programa de financiamento apresentam índices satisfatórios de retenção escolar.
4 – Investir na tecnologia
Estar antenada com às novidades tecnológicas do mercado e surpreender o aluno com elas é uma das formas mais eficazes de fazer com que ele queira permanecer estudando onde está.
O jovem de hoje fica com seu smartphone 24h e o usa em praticamente tudo: comunicação, lazer, estudo, só para citar algumas áreas.
Ter uma plataforma digital e um aplicativo próprio para oferecer aos alunos é fato decisivo no êxito da instituição.
O jovem quer o acesso mais rápido e na palma de sua mão nas questões referentes às notas de provas, avisos de reuniões e eventos. Disponibilização de conteúdo programático, acesso à área administrativa, enfim, tudo isso deve estar informatizado
E essa estrutura deve ter qualidade. Pior o que não a ter é ter, mas não funcionar. O prejuízo é maior ainda. Demonstra total falta de credibilidade perante aos alunos.
5 – Comunicação direta e humanizada para combater evasão de alunos
Uma pessoa quando escolhe uma faculdade espera se sentir acolhida, querida, cuidada, e não se sentir como sendo “mais uma” no meio de um monte de gente.
Por essa razão que a instituição de ensino deve fazer o máximo de esforço para aproximar-se dos alunos. Ter uma comunicação direta e mostrar para os alunos que eles podem contar com o apoio da instituição não somente para questões internas, mas também poder ser suporte para o estudante.
Caso esse aluno esteja passando por um problema pessoal que está afetando seu desempenho, a faculdade não deve virar as costas e cobrá-lo mais ainda. Pelo contrário: deve ser uma fonte de ajuda. E fazer o que tiver ao alcance e limite no auxílio de seu aluno.
Essas são cinco estratégias certeiras que uma instituição de ensino superior deve obrigatoriamente adotar se quer manter-se viva no mercado. Há outras, em setores mais específicos e locais, mas essas listadas servem para qualquer instituição que almeja o sucesso.