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A última notícia que impactou o Brasil foi o corte de 29 % que era destinado ao montante financeiro estudantil. Trata-se da crise do FIES, um financiamento que tem ajudado milhares de brasileiros de baixa rende a ingressarem no curso superior.
O corte gerou muita polêmica entre os estudantes, mas também impacta de forma direta as instituições de ensino. Dessa forma, é preciso que elas estejam preparadas para uma nova era que se inicia no país.
Entenda como essa crise afeta sua instituição de ensino e como driblá-la para manter o seu negócio.
Crise do FIES, por que ela gera impacto na sua instituição?
O FIES é um programa estudantil criado com o objetivo de proporcionar acesso ao ensino superior por alunos com baixa renda. Sendo assim, nos anos de sua concessão, milhares de alunos que não teriam outra forma de estudar, puderam ter uma graduação.
Mas em se tratando de um público de baixa renda, o nosso país infelizmente tem uma porcentagem bastante alta. Cerca de 66 % dos alunos estão enquadrados neste público.
E só a partir desta análise já é possível entender o quão grande será o impacto do corte.
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Perfil socioeconômico
Outra questão que tem afetado diretamente no ingresso dos estudantes dentro das instituições de ensino através do FIES, é o perfil socioeconômico. A crise do FIES, estabeleceu critérios ainda mais rígidos para determinar o que é uma classe de baixa renda.
Basicamente, para que o aluno possa ter acesso ao FIES, ele precisa ter uma renda per capita familiar inferior a 3 salários mínimos. Além disso, o valor integral da mensalidade quase nunca é concedido e dessa forma, muitos tem que arcar com custas que não podem dentro de uma instituição de ensino.
Além disso, outros custos influenciarão na vida do estudante, como a aquisição de material didático, transporte e alimentação, lembrando que estes jovens são considerados de baixa renda.
Portanto, nem sempre o financiamento de 50 % da mensalidade torna a vida do aluno mais fácil.
Inadimplência
Além do déficit de alunos, a crise do FIES também aumenta o número de alunos inadimplentes, considerando os dados acima citados. Outra condição que faz com que esse número aumente, é a cobrança de taxas de juros que, apesar de serem mais baixas, também são uma despesa para o aluno.
Outro fato é que depois de formado, os alunos que se comprometem com o financiamento estudantil, muitas vezes não conseguem colocação no mercado de trabalho, o que aumenta ainda mais os problemas com o financiamento.
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Evasão
A evasão também é um dos impactos a serem sentidos com a crise do FIES, isso porque, ao perceberem que não podem arcar com as custas de uma instituição de ensino superior, muitos alunos desistem de concluir a graduação.
É fato que quando o empréstimo não é o suficiente para cobrir a mensalidade, o estudante precisa dispor de outros meios para conseguir arcar com as custas do ensino. No entanto, conciliar trabalho e estudos, a depender do curso de graduação se torna praticamente impossível.
Por isso, este também é um dos impactos mais comuns que esta crise pode gerar em uma instituição de ensino.
Além disso, muitos alunos não conseguem acompanhar as matérias ensinadas em um curso superior uma vez que os mesmos não receberam ensino de qualidade e encontram muitas dificuldades de aprendizado.
Dessa forma, ao não alcançarem o desempenho satisfatório nas matérias, muitos deles acabam por desistir do curso de graduação.
Como driblar a crise do FIES?
Pelo menos nos anos que sucedem, a crise do FIES ainda será bastante sentida de diversas formas. Desse modo, é importante que as instituições financeiras consigam encontrar meios para captarem alunos.
Um destes meios, é através de financiamentos privados de estudos com o desenvolvimento de vestibulares privados que avalie a competência dos alunos e possibilite o financiamento dos estudos do mesmo.
Além disso, a sua instituição também pode realizar parcerias com financiadoras de crédito, para que assim, seja possível tornar o acesso ao ensino superior por alunos com renda mais baixa.
Entretanto é preciso entender melhor sobre como se desenvolvem este processo dentro instituição de ensino. Só assim possível superar a crise. Separamos aqui alguns modelos que podem fazer com que sua instituição consiga uma boa captação e retenção de alunos.
Associação com empresas
Através de parcerias com empresas da região, sua instituição pode oferecer bolsas de descontos aos trabalhadores que tornarem alunos regulares. Os descontos poderão ser realizados diretos em folha mediante contrato. Essa forma permite que os alunos tenham mais acesso aos cursos de sua instituição.
Linhas de crédito próprias
Ao invés de estabelecer parcerias com instituições bancárias, a sua própria instituição de ensino pode oferecer linhas de crédito. Contudo, ela deve ser responsável por todo o processo, desde a avaliação, critérios e aceitação do aluno.
É um formato vantajoso, contudo ainda existe o risco de inadimplência. No entanto, sua instituição pode fornecer financiamentos mais vantajosos. Isso, sem a necessidade de elevar as taxas de juros, como acontece muitas vezes com as financiadoras.
Processo seletivo próprio
Hoje em dia, a maioria das instituições utilizam apenas o Enem. Sendo esta, a forma de fazer com que os alunos ingressem ao ensino superior. No entanto, se você deseja fazer com que a sua instituição de ensino supere a crise do FIES, será importante oferecer outros tipos de processos seletivos.
Traga formatos mais dinâmicos e acessíveis. É preciso que o aluno consiga ter um bom desempenho, apesar da deficiência no processos de sua educação básica.
Existem várias alternativas para que a sua instituição não fique presa somente ao FIES. Portanto, se existe um momento para que mudanças sejam feitas, ele acontece agora.